segunda-feira, 5 de novembro de 2012

"O OUTRO"


Que o outro saiba quando estou com medo e me tome nos braços sem fazer perguntas demais…
Que outro note quando preciso de silencio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não amarei menos porque estou quieta...
Que se eu, eventualmente, perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire...
Que o outro – filho, amigo, amante, marido – não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas que me aceite quando não estou podendo ser nada disso...
Que finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser a mulher maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa – uma mulher.

(Lia Luft,2004)