Que o outro saiba quando estou com medo e me tome nos braços
sem fazer perguntas demais…
Que outro note quando preciso de silencio e não vá
embora batendo a porta, mas entenda que não amarei menos porque estou quieta...
Que se eu, eventualmente, perco a paciência, perco a graça
e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire...
Que o outro – filho, amigo, amante, marido – não me
considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas que me
aceite quando não estou podendo ser nada disso...
Que finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes
me esforço, não sou, nem devo ser a mulher maravilha, mas apenas uma pessoa:
vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa – uma mulher.
(Lia Luft,2004)